Page 28 - Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita | Fergus Editora
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É que, elegendo como tesouros de sua vida os bens frágeis e
           transitórios do mundo, a criatura humana escraviza o seu coração
           e a paz que ele poderia albergar a essa mesma fragilidade, segundo

           a lição que o próprio Mestre nos deixou: ´RQGH HVWLYHU R WHX WHVRXUR
                                                14
           DOL HVWDUi WDPEpP R WHX FRUDomRµ (Mt 6:21) . Não consegue, desse
           modo, estabelecer uma paz e um equilíbrio verdadeiramente

           duradouros, porque submetidos à impermanência e à constante
           desagregação de tudo que vibra no plano da matéria. Cansado
           e desiludido após muito procurar, abre-se o indivíduo, então, a

           novos horizontes e uma voz diferente, enfim, ecoa em seu íntimo,
           convidando-lhe a procurar esse tesouro em outros campos, de
           outros modos... é o convite da Boa Nova do Reino que se faz
           escutar, despertando-o para um imensurável tesouro escondido

           em seu campo interior.

           Surge o Evangelho como mapa divino para  um tesouro distinto
           e ainda desconhecido.  Algo em seu íntimo parece  então lhe
           guiar, dando-lhe a certeza de que esse tesouro existe e que, se

           perseverar, haverá de encontrá-lo. Sabe que a busca é agora interior,
           desbravando e descobrindo o abandonado campo de si mesmo. De

           fato, encravado nas profundezas de nossa alma está o mais precioso
           de todos os tesouros, diante do qual todos os tesouros terrestres são
           bem pobres e miseráveis. Faculdades latentes, infinitos potenciais,
           germens divinos ali estão, aguardando apenas o nosso despertar. É a

           descoberta deste tesouro a medida do nosso progresso, a base segura
           de uma paz realmente estável e de uma vida verdadeiramente feliz.

           14 %tEOLD GH -HUXVDOpP. São Paulo: Paulus, 2012.


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