Page 6 - Câncer Aspectos Históricos, Científicos e Espiritualistas | Editora Frei Luiz
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INTRODUÇÃO
Durante a elaboração deste livro, deparei-me com um curioso tema
que de imediato despertou minha vontade de colocá-lo já nesta introdu-
ção: o paradoxo de Epicuro.
Como de há muito removi do meu vocabulário a palavra “acaso”, en-
veredei de imediato na obra deixada por esse lósofo grego, nascido na
ilha de Samos em 341 a.C., com quase certeza de que alguma sugestão
dos planejadores de nossas missões terrenas estaria atuando em nossas
escolhas pelos meios imperceptíveis aos nossos pobres cinco sentidos.
Quando criança, Epicuro estudou com o platonista Pân io por qua-
tro anos, sendo logo considerado um dos seus melhores alunos. Certa
vez, ao ouvir a frase de Hesíodo, “todas as coisas vieram do caos”, Epicu-
ro perguntou: “E o caos veio de quê?”.
O propósito da loso a para Epicuro era atingir a felicidade, estado
caracterizado pela aponia, a ausência de dor (física) e ataraxia ou im-
perturbabilidade da alma. E assim buscou, na natureza, as balizas para o
seu pensamento: o homem, a exemplo dos animais, busca afastar-se da
dor e aproximar-se do prazer. Essas referências seriam as melhores ma-
neiras de medir o que é bom ou ruim. Em outra linha de raciocínio em
relação ao universo, Epicuro utilizou-se da teoria atômica de Demócrito
para justi car a constituição do que existe no multiverso. Das estrelas à
alma, tudo é formado de átomos, sendo, porém, de diferentes nature-
zas. E quanto aos átomos, dizia serem unidades de qualidades nitas, de
quantidades in nitas e sujeitos a in nitas combinações.
O paradoxo de Epicuro, também conhecido como “problema do
mal”, é, talvez, o mais forte argumento ateísta já desenvolvido. De uma
forma bem simples, o problema do mal é aquela velha questão parado-
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