Page 11 - Câncer Aspectos Históricos, Científicos e Espiritualistas | Editora Frei Luiz
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CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DO CÂNCER
Ao percorremos a história em busca de menções a diversas doenças,
descobrimos que muitos males com os quais ainda convivemos já eram
estudados e mencionados em alguns textos da Antiguidade; porém, isso
não acontece com o câncer.
Acredita-se que o motivo principal esteja associado ao fato de os nos-
sos antepassados não viverem o su ciente para que a doença se mani-
festasse de maneira signi cativa nas antigas populações. A relação do
câncer com a longevidade é direta. Quanto mais permanecermos vivos
na Terra, maiores serão os riscos de surgimento da doença, aumentando
de maneira exponencial para certos tipos de tumores.
Há quem diga que a civilização e a modernidade seriam responsá-
veis pelo aumento da incidência do câncer. De fato, a vida moderna
nos pôs em contato com um número considerável de novos agentes
carcinogênicos (fatores causadores do câncer). Mas, se pesarmos tudo
na balança, o motivo mais importante ainda é o fato de nos tornarmos
cada vez mais longevos. Ao ampliar nosso horizonte de vida, a civili-
zação não causou o câncer, mas permitiu que ele se manifestasse. De
fato, alguns tipos de câncer não têm vínculo com a velhice, mas esses
são tipos mais raros. A leucemia, por exemplo, é muito menos comum
do que o câncer de mama, quando associada à velhice. Temos que
levar em conta também a confusão diagnóstica. Podemos aqui citar a
tuberculose, com a qual os antigos eram tão familiarizados que dispu-
nham de várias palavras para descrever seus estágios e manifestações,
levando os historiadores a crer que muitas das doenças que hoje classi-
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