Page 19 - E o Verbo se Fez Parábola | Jardim das Oliveiras
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infinito que flui d’Ele para todas as criaturas no universo infinito. É
dessa saudade que Jesus veio falar.
“Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Só um irmão mais velho
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para nos guiar. Só alguém que já percorreu a estrada para nos condu-
zir. Só alguém que sabe todas as armadilhas, todos os percalços dessa
jornada, para nos orientar.
É por isso que, em Renúncia, Alcíone compara o Evangelho a
uma subida, um vasto caminho ascensional. À medida que o nosso
espírito se eleva, percebemos detalhes que antes nos escapavam. Para
cada situação vivida pelo espírito, há uma resposta nesse código uni-
versal. Para cada lance da nossa jornada evolutiva, o Evangelho tem
uma orientação segura. É ele que nos conduz de volta. É ele que sacia
a nossa sede.
Jesus utilizou-se da linguagem humana para poder conversar
conosco. O que era espiritual por excelência, a linguagem falada de
coração para coração, precisou ser reduzido aos estritos limites da
linguagem humana, definida pelos estudiosos como uma habilidade
social exclusiva dos seres humanos para se comunicar.
Portanto, quando você abrir o Evangelho para se encontrar com
Jesus, saiba que há um filtro. A água cristalina está num vaso de bar-
ro, que é a linguagem. Cuidado para não ficar preso ao vaso e morrer
de sede, segurando o cântaro cheio, que é o Evangelho. Muitos já
fizeram isso. “A letra mata, mas o espírito vivifica” (II Coríntios 3:6).
É com o espírito que o Evangelho deve ser lido. A linguagem hu-
mana, contudo, expressa-se através de textos orais e escritos. Mas,
o que é o texto? Depois de muito dizer, de muito estudar sobre o
texto, chegaram os estudiosos à conclusão de que o texto é interação.
Linguagem é sala de visita. Ou, como dizemos lá em Minas Gerais,
10 “Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim’” (João 14:6).
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