Page 36 - Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita | Fergus Editora
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quando Jesus sugere cumprir o “amar ao próximo”, indicando que
não basta ter conhecimento de Lei, mas é necessário cumpri-la,
praticá-la cotidianamente.
Quem é meu próximo? Quem é do meu círculo? Quem é do meu
grupo? Poderia o próximo dito na parábola alguém não é judeu?
Isto é um problema; como ser próximo daquele que é um gentílico,
ou fazem parte de povos menores, por exemplo, os cananeus? O
publicano, que é cobrador de imposto; o romano, que é o dominador,
todos eram “próximos” então?
No texto da parábola; Jesus utilizava os elementos geográficos, os
elementos do vernáculo, da linguística, e as parábolas são ricas e
simbólicas: “Eis que descia de Jerusalém para Jericó”. Jerusalém
está mais ou menos 760 metros acima do mar, e Jericó está abaixo
do nível do mar cerca de 250 metros; era uma descida. Jerusalém
era a cidade do Templo e simboliza a sacralidade, o espírito. Jericó
era a cidade do comércio, das feiras comerciais, casas de câmbio
local de trânsito, simbolizava a vida material, a busca do que é
material e transitório. O material está abaixo do espiritual, até
geograficamente.
Descia de Jerusalém; descia dos valores espirituais, para os valores
materiais; caía, era uma queda espiritual e vibratória. A pessoa fez uma
inversão de valores; em vez de subir de Jericó para Jerusalém; descia de
Jerusalém para Jericó; e então ela é assaltada, ou seja, quando estamos
descuidados, nessa invigilância, somos presas! E ele foi assaltado por
salteadores, sorrateiramente, porque estava simbolicamente caindo,
perdendo o senso do rumo certo, e aí se tornou mais influenciável,
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