Page 13 - Câncer Aspectos Históricos, Científicos e Espiritualistas | Editora Frei Luiz
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religião em geral também emprega uma rica e fabulosa quantidade de
símbolos para expressar diversas ideias.
Como consequência, o símbolo passa a ser um elemento muito e -
caz de transmitir um conceito e ideia, especialmente porque, sendo
um elemento visual com simplicidade estrutural, permite com que se
xe rapidamente na percepção e também na memória aquilo que ele
representa.
Hipócrates, em 400 a.C., foi a primeira pessoa, até onde sabemos, a
utilizar a palavra “câncer” na de nição da doença tal qual a conhece-
mos hoje, ao conceber a imagem de um tumor como uma espécie de
caranguejo enterrado sob a pele. A palavra karkinos, em grego, signi ca
caranguejo. Outra palavra grega ligada ao câncer é onkos, usada para
descrever tumores e de onde a oncologia tirou seu nome. Onkos era o
termo utilizado para denominar uma massa, uma carga ou, mais comu-
mente, um fardo; assim, o câncer era imaginado como um peso carre-
gado pelo corpo. É provável que ao olhar para um câncer de mama, os
antigos tenham percebido que as veias sanguíneas ao redor do tumor se
assemelhavam às pontas da carapaça e às patas de um caranguejo.
O CÂNCER NO ANTIGO EGITO
O câncer acometeu logicamente os povos antigos, embora em pro-
porções bem menores que as atuais. No antigo Egito não seria diferen-
te, como demonstrou um grupo de pesquisadores, que investigou 1.087
esqueletos enterrados entre 1,5 mil a três mil anos atrás, perto do oásis
Dakhleh, no Saara. Sendo muito difícil os tecidos orgânicos serem pre-
servados durante tanto tempo, os arqueólogos e médicos se dedicaram
então a encontrar somente vestígios da doença nos ossos. Foram seis ca-
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