Page 17 - Câncer Aspectos Históricos, Científicos e Espiritualistas | Editora Frei Luiz
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O CÂNCER NA ANTIGA GRÉCIA
Com a incontestável impotência dos recursos terapêuticos precários,
o câncer praticamente desapareceu da história da Medicina antiga princi-
palmente devido à eclosão vulcânica de várias outras enfermidades como
o tifo, a lepra, a varíola e a tuberculose que se repetiam de forma cíclica e
violenta ceifando milhares de vidas. Por mais de dois milênios, nenhuma
literatura faz referência a alguma sintomatologia ou achados clínicos que
levante a suspeita de estar-se diante de alguma tumoração maligna.
A Medicina da Grécia Antiga era uma compilação de teorias e prá-
ticas que se expandiam constantemente através de novas ideologias e
provações. Muitos componentes foram considerados na Medicina grega
antiga, entrelaçando o espiritual com o físico. Especi camente, os an-
tigos gregos acreditavam que a saúde era afetada pelos humores, loca-
lização geográ ca, classe social, dieta, trauma, crenças e mentalidade.
Acreditavam que as doenças eram “punições divinas” e que a cura era
um “presente dos deuses”.
Enquanto os ensaios continuavam, nos quais as teorias eram testa-
das contra os sintomas e resultados, as crenças espirituais puras sobre
“punições” e “presentes” eram substituídas por uma fundação baseada
na causa física, ou seja, causa e efeito. Curiosamente, tal dedução nos
tempos antigos faz lembrar o conceito espírita atual acerca do sofrimen-
to humano. Algum equívoco comportamental em vidas passadas deixa
a semente que fruti ca em vidas futuras como a expiação em forma de
doenças.
Com relação ao câncer, somente por volta de 440 a.C. o historiador
grego Heródoto faz menção em sua História. Mas foi a Escola de Medi-
cina de Hipócrates na Grécia, pioneira por separar a Medicina da magia,
que primeiramente de niu a doença como um tumor duro que, muitas
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