Page 42 - Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita | Fergus Editora
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assim como do coração do espírita. O que teria o ocorrido? A
Parábola do Semeador é a resposta antecipada do Cristo à pergunta
que nos fazemos hoje.
Alguns detalhes da parábola precisam ser descortinados pela razão,
mas, sobretudo, pelo nosso sentimento. Façamos uma viagem ao
mar do Tiberíades, há 2.000 anos, quando o Cristo, aparentemente
sem pretensão, espalhava a sua mensagem que ficaria gravada na
atmosfera psíquica do orbe e registrada para sempre no fluido cósmico
universal. Mensagem e exemplificação que se transformariam no sol
da imortalidade, iluminando, esclarecendo e aquecendo os corações
que se aproximassem dessa fonte irradiante.
Na Palestina da época do Cristo, o processo de agricultura diferia
do nosso. Não se costumava arar e preparar toda a terra para depois
lançar a semente. Ao contrário, era feita a colheita e, nesse processo, a
terra era pisada, galhos e folhas caíam no chão, pedras eram reviradas,
e o terreno ficava totalmente misturado. Daí, na semeadura seguinte,
sobre aquele terreno pisoteado e repleto de plantas, espinhos e pedras,
os agricultores lançavam as sementes. A terra, portanto, era arada
depois da semeadura, não antes. A partir da compreensão do método
começamos a entender a parábola. O caminho onde a semente
caiu não era fora da área da semeadura, mas no próprio terreno
onde o semeador foi pisando e onde ficaram as marcas dos pés e os
pedregulhos. Esses são os pedregulhos do terreno que aparecem no
texto; os espinhos são os espinhos que brotaram junto com a colheita
anterior; e a terra boa é a porção primeira da área da semeadura.
Assim, entendemos a lógica da narrativa.
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