Page 44 - Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita | Fergus Editora
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Durante muitos anos de estudo da Doutrina Espírita, aprendemos
que Deus está em toda parte. As amplas e detalhadas explicações de
Allan Kardec sobre o fluido cósmico facilitam a compreensão desse
atributo divino. De toda forma, só décadas de vivência espírita nos
dão a convicção de que Deus não apenas está em toda parte; Ele
está dentro de nós - ativo, presente, vivo, emocionalmente intenso.
Impossível a um amor infinito ser passivo! O amor infinito de Deus
é absolutamente intenso dentro de nós. De Auta de Souza, pelo
soneto Mensagem Fraterna, publicado em Parnaso de Além-túmulo,
recebemos uma sublime lição. Quando a consciência diz algo, é Deus
quem diz, posto que a consciência é Sua morada eterna dentro de
nós, espíritos imortais. Sem essa noção de presença, toda expressão
de religiosidade é superficial. Buscamos Deus na Codificação, em
um passe, na água fluidificada, em uma reunião mediúnica, em uma
palestra, sendo que Ele já está dentro de nós? Então, para que a
palestra? Ele está dentro de nós, falando alto! Entretanto, fiquemos
tranquilos, pois todos temos deficiência auditiva em algum grau.
Precisamos de uma linguagem decodificadora, como a de Libras,
e a linguagem à disposição é o Consolador prometido, para que
possamos, um dia, ouvir. Assim termina a parábola: “quem tem
ouvidos, ouça”.
E qual a ação de Deus e do Cristo - que O representa perante a
humanidade terrena? São os divinos semeadores. E nosso coração
é a gleba, o terreno a ser semeado. Todos os processos descritos
na parábola do semeador ocorrem no mundo, mas também dentro
de nós. Por exemplo, podemos permitir que algumas sementes
germinem em nós, mas outras não prosperam. Cada um é uma
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