Page 46 - Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita | Fergus Editora
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o outro divino. E o plantio humano sufoca o divino ou, se preferir,
o material sufoca o espiritual.
E, por fim, o último degrau, que são três, na verdade. Assim,
somam-se seis possibilidades ao todo. No primeiro, a semente caiu
no caminho; no segundo, ela ficou sobre o pedregulho; no terceiro,
no espinheiro. No quarto nível, a semente produziu trinta frutos;
no quinto, rendeu sessenta; e, no sexto, o grão semeado gerou cem
frutos. Observa-se que, mesmo no plantio em que deu tudo certo
há graus de produtividade. Ainda que consigamos nos fazer “terra
boa”, não devemos alimentar a pretensão de, em breve processo
íntimo de cultivo e germinação, produzir como Scheilla ou como
Bezerra de Menezes, pois há uma gradação de produtividade.
Uma das belezas desta narrativa evangélica está justamente no
número de etapas. O homem foi criado no sexto dia, segundo a
simbologia bíblica, e seis é o número da humanidade. Interpreta-se,
assim, que Jesus não nos pede nada além de sermos humanos. Se
você, leitor, nutre um projeto imediato de ser anjo, sinto informar,
você está no lugar errado. A Doutrina Espírita constitui um projeto
de humanização do espírito, um programa de aperfeiçoamento
para aprendermos a ser mais humanos. Afinal, você acha que anjo
tem intestino? Que dorme, acorda, tem mão, pé, dois olhos e
dois ouvidos? Não! A experiência angélica é de outra natureza. A
proposta do Evangelho de humanização encontra-se em um patamar
mais abaixo. Sua proposta é de aprendermos a ser gente e nos
tornarmos seres humanos como Jesus. Isso é desafiador!
E qual é a gleba? E o que é a semente? A gleba, a terra, como dito,
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